As greves e as diversas
outras formas de manifestações da classe oprimida, não são recentes
na nossa sociedade, dessa forma, precisamos buscar nas relações sociais o que
fez com que historicamente diversos setores da nossa sociedade se colocassem em
Luta, o que fez os nossos professores a semanas atrás se colocarem em estado de
greve e que com certeza fará com que outras
categorias da classe trabalhadora assumam a mesma postura.
Como sabemos a história
da sociedade, até os dias atuais, tem sido balizada na contradição entre as
classes sociais, tanto no escravismo, no feudalismo e no capitalismo, sendo as
greves originarias deste último modo de produção e por isso voltaremos nossas análise a ele.
A sociedade capitalista é
dividida em duas classes sociais fundamentalmente antagônicas. De um lado a
burguesia – minoria da população que possui os meios de produção (fábricas,
matérias primas, terras...) – e do outro o proletariado – maioria da população
que, por não possuir os meios de produção, vende a sua força de trabalho
aos burgueses para sobreviver. Nesse sentido, tal modo de produzir e reproduzir
a vida se acirra na medida em que de um lado há os patrões, que têm por
objetivo aumentar seus lucros e fazem isso a partir daqueles que vendem sua
força de trabalho, e do outro, os trabalhadores que objetivam melhorar as suas
condições básicas de vida (alimentação, moradia, saúde, educação, etc.) através
do aumento salarial, “sustentando”,
através do seu trabalho, a classe burguesa.
É justamente através do
acirramento dessa contradição que surgem as greves. Podemos considerá-las
como um momento privilegiado, um salto qualitativo nas lutas dos oprimidos,
pois neste momento, ao se colocarem uns ao lado dos outros, os trabalhadores
entendem a necessidade da luta coletiva, reconhecendo-se como categoria que tem
objetivos comuns (aumento de salário, melhores condições de trabalho etc.)
considerando também um mesmo adversário com interesses diametralmente opostos
aos seus, o patrão (burguês) e os seus instrumentos utilizados para a
manutenção dos status quo, a saber, o Estado, suas leis e seus aparelhos
repressores.
O Estado e seus governos, nada mais
fazem do que legitimar as contradições presentes na sociedade, funcionando como
verdadeiros gerenciadores dos negócios da burguesia, demonstrando que continua
sendo máximo para a burguesia e mínimo para os trabalhadores. Um grande exemplo
disso são as injeções de verba pública feita pelos governos para salvar as
grandes empresas na última crise, ocorrida em 2008, ou, mais atualmente, com a
realização dos mega “negócios” esportivos que contribuirá apenas para que haja um
grande aumento dos empresários da construção civil (e outros). Ao passo que as
contradições se acirram, o estado, para manter a “ordem” (privilégios da
burguesia sobre os trabalhadores) mostra a sua verdadeira face ao se prontificar
em reprimir manifestantes à força, como vem acontecendo com as reivindicações
pelo Passe-Livre no Brasil, e quando necessário, utilizam as mais diversas
manobras para não ceder às reivindicações dos trabalhadores e privilegiar os
investimentos nas áreas de interesses das grandes empresas.
Porém apenas a luta pelas
pautas imediatas não basta, pois este problema que aflige as mais diversas
categorias da classe trabalhadora, professores, metalúrgicos, motoristas,
enfermeiros, dentre outros, possuem um denominador comum, a
apropriação privada dos meios de produção e de toda a riqueza produzida pelos
trabalhadores por uma minoria da população. Entender este processo é
mais um passo qualitativo para a organização dos trabalhadores, pois ao
identificar o inimigo em comum, ver as condições de vida em que estão
submetidos os trabalhadores de diversos ramos surge a necessidade de nos
reconhecermos enquanto classe e lutar por um outro projeto de organização da
sociedade.
Onde se inserem os
estudantes neste processo de luta da classe trabalhadora? Os
estudantes se configuram enquanto mais uma categoria dentro da sociedade. E encontram uma série
de problemas para se formar com qualidade, como a falta de materiais didáticos,
falta de infraestrutura, falta de permanência estudantil e até mesmo a
falta de professores, então também precisam se colocar em luta por melhorias na
qualidade do ensino, e consequentemente, pela qualificação da sua formação,
pela qualificação de sua força de trabalho. Precisamos nos reconhecer como classe
trabalhadora, pois somos trabalhadores em formação (vale lembrar que até
mesmo durante a formação muitos estudantes já são trabalhadores), professores -
das mais diversas áreas de conhecimento como história, educação física,
matemática, geografia -, médicos, engenheiros, enfermeiros, etc., que seremos
submetidos a condições de trabalho semelhantes a dos demais trabalhadores, precisamos
estar organizados para Lutar contra este
modo de produção e reprodução da vida, pautado na exploração do homem pelo
homem e Construir o projeto histórico de sociedade da classe trabalhadora.
Coletivo Lutar e Construir
Nenhum comentário:
Postar um comentário