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quarta-feira, 10 de julho de 2013

SOBRE A LEGITIMIDADE E IMPORTÂNCIA DAS GREVES E MANIFESTAÇÕES


As greves e as diversas outras formas de manifestações da classe oprimida, não são recentes na nossa sociedade, dessa forma, precisamos buscar nas relações sociais o que fez com que historicamente diversos setores da nossa sociedade se colocassem em Luta, o que fez os nossos professores a semanas atrás se colocarem em estado de greve e que com certeza fará com que outras categorias  da classe trabalhadora assumam a mesma postura.
Como sabemos a história da sociedade, até os dias atuais, tem sido balizada na contradição entre as classes sociais, tanto no escravismo, no feudalismo e no capitalismo, sendo as greves originarias deste último modo de produção  e por isso voltaremos nossas análise a ele.
A sociedade capitalista é dividida em duas classes sociais fundamentalmente antagônicas. De um lado a burguesia – minoria da população que possui os meios de produção (fábricas, matérias primas, terras...) – e do outro o proletariado – maioria da população que, por não possuir os meios de produção, vende a sua força de trabalho aos burgueses para sobreviver. Nesse sentido, tal modo de produzir e reproduzir a vida se acirra na medida em que de um lado há os patrões, que têm por objetivo aumentar seus lucros e fazem isso a partir daqueles que vendem sua força de trabalho, e do outro, os trabalhadores que objetivam melhorar as suas condições básicas de vida (alimentação, moradia, saúde, educação, etc.) através do aumento salarial, “sustentando”, através do seu trabalho, a classe burguesa.
É justamente através do acirramento dessa contradição que surgem as greves.  Podemos considerá-las como um momento privilegiado, um salto qualitativo nas lutas dos oprimidos, pois neste momento, ao se colocarem uns ao lado dos outros, os trabalhadores entendem a necessidade da luta coletiva, reconhecendo-se como categoria que tem objetivos comuns (aumento de salário, melhores condições de trabalho etc.) considerando também um mesmo adversário com interesses diametralmente opostos aos seus, o patrão (burguês) e os seus instrumentos utilizados para a manutenção dos status quo, a saber, o Estado, suas leis e seus aparelhos repressores.
O Estado e seus governos, nada mais fazem do que legitimar as contradições presentes na sociedade, funcionando como verdadeiros gerenciadores dos negócios da burguesia, demonstrando que continua sendo máximo para a burguesia e mínimo para os trabalhadores. Um grande exemplo disso são as injeções de verba pública feita pelos governos para salvar as grandes empresas na última crise, ocorrida em 2008, ou, mais atualmente, com a realização dos mega “negócios” esportivos que contribuirá apenas para que haja um grande aumento dos empresários da construção civil (e outros). Ao passo que as contradições se acirram, o estado, para manter a “ordem” (privilégios da burguesia sobre os trabalhadores) mostra a sua verdadeira face ao se prontificar em reprimir manifestantes à força, como vem acontecendo com as reivindicações pelo Passe-Livre no Brasil, e quando necessário, utilizam as mais diversas manobras para não ceder às reivindicações dos trabalhadores e privilegiar os investimentos nas áreas de interesses das grandes empresas.
Porém apenas a luta pelas pautas imediatas não basta, pois este problema que aflige as mais diversas categorias da classe trabalhadora, professores, metalúrgicos, motoristas, enfermeiros, dentre outros, possuem um denominador comum, a apropriação privada dos meios de produção e de toda a riqueza produzida pelos trabalhadores por uma minoria da população. Entender este processo é mais um passo qualitativo para a organização dos trabalhadores, pois ao identificar o inimigo em comum, ver as condições de vida em que estão submetidos os trabalhadores de diversos ramos surge a necessidade de nos reconhecermos enquanto classe e lutar por um outro projeto de organização da sociedade.  
Onde se inserem os estudantes neste processo de luta da classe trabalhadora? Os estudantes se configuram enquanto mais uma categoria dentro da sociedade.  E encontram uma série de problemas para se formar com qualidade, como a falta de materiais didáticos, falta de infraestrutura, falta de permanência estudantil  e até mesmo a falta de professores, então também precisam se colocar em luta por melhorias na qualidade do ensino, e consequentemente, pela qualificação da sua formação, pela qualificação de sua força de trabalho.  Precisamos nos reconhecer como classe trabalhadora, pois somos trabalhadores em formação (vale lembrar que até mesmo durante a formação muitos estudantes já são trabalhadores), professores - das mais diversas áreas de conhecimento como história, educação física, matemática, geografia -, médicos, engenheiros, enfermeiros, etc., que seremos submetidos a condições de trabalho semelhantes a dos demais trabalhadores, precisamos estar organizados para  Lutar contra este modo de produção e reprodução da vida, pautado na exploração do homem pelo homem e Construir o projeto histórico de sociedade da classe trabalhadora.                           
                                                                                        
 Coletivo Lutar e Construir




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